Festa da Misericórdia: Graça Extraordinária
Ana Paula | Comunicação SAM
Abril, 25 de 2022.
No último fim de semana celebramos a Festa da Misericórdia, celebração instituída pela Igreja a pedido do próprio Senhor Jesus à Santa Faustina. Para aproveitar esse tempo de graças, nos dias 23 e 24 de abril, a Comunidade Servos Adoradores da Misericórdia realizou o primeiro retiro aberto de 2022, que contou com a participação de mais de mil e duzentas pessoas, durante o evento.
Conduzido pelo fundador, Pe. José Juan, SAM; pelo pároco da Paróquia São Francisco de Assis, Catedral Diocesana, Pe. Wilson Maiorki; e pelo referencial eclesiástico da RCC na Diocese de Caçador, Pe. Valmir Pasa, contando ainda com a presença do pároco da Paróquia São Pedro de Pinheiro Preto, Pe. Edimar Blaskowski.
O Retiro começou no sábado à tarde, às 15h, com a subida à Colina da Virgem de Guadalupe, conduzida pelo Pe. José Juan, com a oração do Santo Rosário, contemplando todos os mistérios da vida de Jesus. A noite celebrou-se a Santa Missa, seguida de momento de adoração ao Santíssimo Sacramento até a meia noite.
No domingo, dia da Festa da Misericórdia, a programação iniciou às 8h com a oração do Santo Terço, em seguida Pe. José Juan conduziu a primeira pregação, em que refletiu sobre as Parábolas da Ovelha Perdida e do Filho Pródigo e ainda apontou outros trechos bíblico para um aprofundamento na misericórdia de Deus, são eles: Dt 4, 31; Sl 51, 1-2; Jl 2, 13. O padre explicou sobre a voz do inimigo que seduz e conduz a caminhos distantes do Senhor e também que a alma é eterna, logo a capacidade de danificá-la, “apodrece-la” é infinita. Jesus sabia exatamente qual linguagem e exemplo utilizar para tocar e fazer as pessoas daquele tempo compreender, culturalmente para os judeus, o porco é um animal detestável, logo o filho que acaba junto aos porcos e até deseja comer o que comem estes animais, representava o estágio mais profundo de perdição, ter chegado ao mais fundo do poço. Partindo disso, Pe. José Juan frisou que pelo menos o filho pródigo reconheceu seus erros, refletiu sobre eles e tomou uma atitude. “É uma graça de Deus reconhecer os próprios pecados. As pessoas não querem mais entender o que é pecado, o que é ofensa a Deus, não querem saber de entrar no seu interior e reconhecer sua falha. Deus iluminou o filho pródigo e ele aceitou, Deus mostra a sua miséria e ele reconhece. Isso só é possível pela graça de Deus, as pessoas estão rejeitando essa graça. Por meio da graça de reconhecer suas falhas ele toma uma decisão, de voltar ao seu pai. A graça mostra para essa alma uma contrição tão profunda, um arrependimento sincero”, reforçou o padre.
Na parte da tarde, o fundador conduziu a segunda pregação, resgatando trechos do Diário de Santa Faustina, considerada uma das maiores místicas da história, e sua experiência com o Senhor que pediu a ela que preparasse o mundo para a sua segunda vinda. Jesus, em aparições à Santa Faustina, pediu que ela pintasse o quadro conforme a imagem que tinha visto e instituiu a Festa da Misericórdia. “O Senhor pede insistentemente que confiemos nEle, que só quem confiar terá a vida eterna, por isso pediu a Santa Faustina que fosse escrita a frase abaixo da imagem: Jesus, eu confio em vós”.
A tarde iniciou com o momento conduzido pelo Pe. Wilson Maiorki. Ainda com a passagem de Lucas 15, 11-32, resgatou a importância de reconhecer que é possível voltar, é possível se reconciliar com Deus, deixar-se tocar por Ele: “muitos não acreditam no arrependimento, como a postura do filho mais velho, citado na parábola, invejoso. O arrependimento hoje não é acreditado, às vezes nem o nosso próprio”. O padre refletiu que mesmo distante o filho está sempre no coração do pai e ele o espera com amor e quando percebe seu retorno vai ao encontro para acolher. “Com Deus temos tudo!”, Deus com sua infinita misericórdia, ama, acolhe, cuida, aconchega, nEle temos tudo, sem Ele não temos nada.
O segundo momento da tarde de domingo foi a bênção dos quadros de Jesus Misericordioso, importante gesto desse dia festivo, com a consagração das famílias à misericórdia de Deus.
E para concluir o Retiro celebrou-se a Santa Missa, presidida pelo Pe. Valmir Pasa, que em sua homilia refletiu sobre as personalidades de Pedro e Tomé e as relacionou com a nossa. Ressaltou que mesmo após verem Jesus, voltaram para encontra-lo de novo, sendo que somente Tomé não o tinha visto e acrescentou que eles já tinham sido orientados, já tinha confirmado a ressurreição do Senhor e ainda estavam parados: “Nós não nos movemos em direção ao Senhor. Mova-se naquilo que Jesus Cristo quer que você faça”. E para aprofundar, o padre enalteceu cinco trechos do santo evangelho e os explicou:
1. “Eles encontravam-se ali com medo”. Medo é o indício de que o Espírito Santo ainda não pairou sobre nós, que a crisma não vingou. O que falta para que saiamos do medo?
2. “A Paz esteja convosco”. Aparece três vezes no evangelho, a presença de Jesus traz a paz! Em primeiro lugar Deus vai te dar paz.
3. “Alegria - Logo que Jesus se pôs no meio deles, mostrou-lhe as mãos e o lado e eles se alegraram”. Não existe cristão triste, não podemos ser tristes, já temos a vitória declarada desde a Páscoa.
4. “Recebam o Espírito Santo. Os pecados que vocês perdoarem serão perdoados”. Não pode haver cristão que não perdoe, nós somos seres do perdão, o perdão é condição indispensável na vida do cristão. O tempo todo nós estamos precisando do perdão, da misericórdia, religar-nos à Deus.
“Muitos de nós tristes, abatidos, fechados em nós mesmos, ainda que o Senhor esteja gritando que nos quer a paz, nos que felizes, que nos conceder o seu perdão. Estamos aqui [neste retiro] porque as portas parecem estar fechadas. Precisamos abrir nossos corações, nossas vidas”.
5. “Tomé, acreditaste porque viste, felizes os que creram sem ter visto”. Nós temos que crer para ver e nós queremos ver para crer. Como Jesus disse à Marta, se creres verás a glória de Deus.
E por fim o Pe. Pasa concluiu: “Tenha fé, só a fé é a condição da graça na sua vida. Que os olhos da carne vejam menos e que os da fé vejam mais”.
A Comunidade Servos Adoradores da Misericórdia agradece grandemente pela presença e colaboração de todos, foi uma graça extraordinária poder celebrar a Festa da Misericórdia com este Retiro.